A Hora do Lobisomem traz história dinâmica e intensa sobre uma das mais icônicas criaturas da noite


Stephen King, mesmo para aqueles que não são familiarizados com o seu trabalho, é um nome que automaticamente chama atenção. Responsável por inúmeros best-sellers com cada vez mais adaptações cinematográficas baseadas em seus livros, King é um dos autores mais conhecidos do mundo e, em grande parte, pela sua contribuição ao universo do terror, sendo publicado há muitos anos no Brasil. Foi recentemente lançado pela Suma de Letras a coleção Biblioteca Stephen King, que traz alguns dos grandes títulos do rei do horror em capa dura, e é exatamente um desses trabalhos que trago hoje para comentar.

A Hora do Lobisomem (Cycle of the Werewolf) foi originalmente lançado em 1983 e até já teve uma adaptação para os cinemas (Silver Bullet - 1985). A obra segue os relatos periódicos de perturbadores assassinatos que tem ocorrido na pequena cidade de Tarker's Mill. Cada capítulo é dedicado para cada mês do ano, contando brevemente histórias relativamente independentes que aos poucos vão se interligando até o desfecho da história.

King não cria suspense para dizer que o assassino é um Lobisomem, uma das mais temidas e famosas criaturas da noite. Em rápidos contos, o leitor se depara com uma série de ataques feitos pela besta sem qualquer discriminação que nem mesmo poupa crianças da sua voracidade e que traz apenas uma certeza: naquela lua cheia, haverá uma morte.

O compartilhamento da narrativa em meses cria uma leitura dinâmica e simples, mas que prende o leitor - Foto por: Mega Hero.

Há uma simplicidade, que deveria ser esperada de uma história sobre o Lobisomem, aonde o chegar da lua cheia em uma pacata cidade traz um evento trágico sem grandes batalhas ou cenas épicas. É o puro terror do ataque da besta e a qualidade indefesa das vítimas em que Stephen King se apoia para rapidamente revelar quão mortal é um Lobisomem.

É uma pena que a história recente da literatura e dos cinemas tem usado essa criatura de maneira tão exagerada, utilizando-a em meio a grandes embates com vampiros ou como um animal qualquer que não consegue nem se sustentar em uma história sobre si mesmo. Já outros casos focam tanto no lado humano do Lobisomem que não conseguem criar um thriller para prender o leitor/espectador.

Com a Hora do Lobisomem acontece o oposto. Em uma breve leitura (literalmente, tomei poucas horas para terminar o livro), fiquei completamente preso à narrativa que segue de uma maneira bastante natural a história. Além disso ela é acompanhada das vivas ilustrações de Bernie Wrightson que em muito contribuem para dar vida ao ser.

A arte de Bernie Wrightson contribui para construir a figura do Lobisomem - Imagem: Reprodução Internet.

Pistas são deixadas ao longo do caminho para dizer qual a verdadeira identidade do Lobisomem que não demora muito para ser desmascarado, ao mesmo tempo, somos apresentados a Marty Coslaw, um garoto paraplégico de 10 anos que se depara com a besta e precisa lutar por sua vida.

E rapidamente a história chega a um fim, amarrando a maioria das narrativas trazidas nos capítulos anteriores e deixando um sentimento de satisfação em um clássico que honra Stephen King como um dos mestres do horror.

Não apenas isso, a leitura fácil é bem complementada pela mais recente edição da Suma de Letras, que se destaca pela qualidade (particularmente tenho uma queda por livros em capa dura), mas traz também, ao final, artes de quatro ilustradores brasileiros que vem honrar a obra com as representações das suas cenas favoritas.

Ficha Técnica:
Título: A Hora do Lobisomem (Cycle of the Werewolf)
Autor: Stephen King
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Suma de Letras
Capa: Alceu Chiesorin Nunes
Ilustração: Bernie Wrightson
Número de páginas: 152 

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