Lara Croft volta com sucesso aos cinemas em Tomb Raider: A Origem


Não é segredo que as adaptações cinematográficas de games são normalmente conhecidas pelo seu desempenho medíocre e, na maioria dos aspectos, como um produto final ruim e dispensável. Não apenas aos olhos do grande público, esses projetos também são analisados pelo crítico olhar dos gamers e seu desejo por uma adaptação fiel que honrará aquele jogo que tanto os impactou.

Agora nos cinemas, chega a vez de Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider) de ser minuciosamente dissecado para se chegar à resposta da pergunta: "Finalmente temos uma boa adaptação de um jogo?".

Tomando como base o game de 2013, o longa segue a jovem Lara Croft (Alicia Vikander) que se recusa a aceitar a morte do pai, Richard Croft (Dominic West), desaparecido há anos. Vivendo de maneira independente, Lara recebe um item deixado por Richard que a leva a descobrir sobre os eventos ligados ao seu desaparecimento.

Lara encontra os detalhes da pesquisa de seu pai sobre a rainha Himiko do Japão. Dizem as lendas que ela comandava o poder sobre a vida e a morte, sendo capaz de matar pessoas com o mero toque de suas mãos até que, um dia, foi aprisionada em uma tumba pelos seus generais e levada à desolada ilha Yamatai. Acreditando que Richard ainda está vivo, Lara parte em uma jornada sem imaginar no que encontrará no fim.

Enquanto há sim diversas similaridades com o jogo, o qual serviu de inspiração para os visuais e a premissa básica da trama, o filme toma alguns caminhos próprios e, para melhor ou pior, acaba fugindo do material original em diversos momentos. Obviamente é impossível cobrir todo o conteúdo de um jogo em apenas 2 horas e, além disso, as alterações feitas ajudam a dar um sentido de começo, meio e fim para o filme.

Lara Croft (Alicia Vikander) precisa solucionar uma série de enigmas para chegar à tumba da Rainha Himiko - Foto: Reprodução Internet.

Sem grandes destaques e com uma trama previsível, a história progride bem, mostrando as aventuras de Lara em boas sequências de ação que mantém o longa ativo a quase todo momento. Sinceramente, o diretor Roar Uthaug faz um trabalho que merece reconhecimento ao trazer traços dos jogos com inúmeras cenas de corridas, escaladas, fugas e a resolução de enigmas.

Alicia Vikander desempenha uma Lara Croft mais relacionável e consegue passar bem os sofrimentos da protagonista, fazendo jus ao nome da icônica personagem que ainda está tomando seus primeiros passos nesse momento. Claramente Alicia tem muito a provar para o público, já que o papel foi previamente interpretado por Angelina Jolie, que ainda que não tenha agradado a todos, ajudou a dar um rosto à Lara Croft e transformá-la, também, em um ícone dos cinemas.

Apesar dessa comparação, a nova adaptação não pode simplesmente ser tratada como uma tentativa de cópia dos filmes antigos, primeiro porque se trata de um reboot que segue a heroína em outra época de sua vida e segundo porque segue um caminho mais realista e deixa Lara mais humana, da mesma forma que o game de 2013 o fez.

Mas talvez o principal destaque de Tomb Raider: A Origem é conseguir fazer um filme aproveitável como está cada vez mais difícil se ver nas grandes produções de ação. Com história e resoluções simples, o longa tem muito daquele sentimento das produções dos anos 90/2000. Ele apresenta sua proposta e entrega um produto final que é o esperado, mas que prende o espectador e talvez até o cative para assistir essa adaptação mais vezes. O que se vê hoje é um esforço exagerado que traz resultados monstruosos e filmes mal produzidos e o importante é que Tomb Raider consegue fugir disso.

Alicia vive uma Lara Croft ainda inexperiente, mas que detém as habilidades para sobreviver - Foto: Reprodução Internet

Então voltando aquela pergunta inicial....Finalmente temos uma boa adaptação de um jogo?

A verdade é que sinceramente não posso responder isso. O filme é bom? Sim. Mas como adaptação agradará a todos? Não. Isso nunca ocorrerá, pois o que difere os jogos dos filmes é justamente a imersão, algo que o cinema atual ainda não pode alcançar NOS MESMOS NÍVEIS de um jogo.

Mas a verdade é que, como filme, Tomb Raider: A Origem é um sucesso. O problema é que o consumidor do cinema dessa última década quer dissecar todas as produções nos mais sórdidos detalhes, o que acaba estragando a experiência em muitos casos. É por isso que eu, pelo menos, vou ao cinema com uma mente aberta e esperando algo que minimamente me entretenha, mesmo que não seja a nível de um jogo.



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