ETERNOS apresenta um olhar único do Universo Marvel com seus novos e poderosos personagens

Falar sobre ETERNOS é igual a passar por um campo minado, pois qualquer coisa dita a mais pode revelar algo importante e estragar a grande experiência que é este filme, porém eu não darei nenhum spoiler, justamente para preservar as surpresas que a obra apresenta.

Nada mais justo do que começar agradecendo a Chloé Zhao por nos proporcionar um filme que é grande não só em escala, como também em desenvolvimento e roteiro. A diretora fez um trabalho simplesmente fantástico e agora me pego pensando que dificilmente outros diretores conseguiram reproduzir o que ela apresentou em tela. 

A maior diferença entre ETERNOS e outros filmes da Marvel Studios é que você tem grandes tomadas naturais, com uma fotografia de dar inveja em vários filmes, sejam eles de heróis ou não. Como a maioria das cenas foram filmadas ao ar livre, é visível a diferença que isso trás ao filme, pois apresenta uma atmosfera única e que ajuda a abraçar a história que será contada. 

Os 10 eternos - Foto: Disney/Marvel Studios

Se você somar essa fotografia a um roteiro que tem a missão de contar toda a história da humanidade, bem... você tem ai um filme de 02h37min, que para alguns pode ser longo e chato, porém para outros, como é o meu caso, é o casamento perfeito, pois, por mais que eu adore ver uma boa cena de ação, que o filme entrega em vários momentos, essa duração e esse roteiro dão espaço para algo que é de extrema importante para o filme e que falta em outras produções da Marvel: desenvolvimento de personagem.

O filme possui 10 personagens para dar conta e a primeira vista isso parece uma tarefa impossível de ser realizada, porém Chloé consegue dar destaque a todos, fazendo com que o público goste de cada um desses Eternos, mesmo que muitos tenham acabado de conhecer os personagens. 

Ikaris e Sersi - Foto: Disney/Marvel Studios

Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden) são de certa forma os personagens principais do filme. Os dois tiveram um relacionamento que durou séculos, apesar de ter chegado ao fim e de ter deixado certas cicatrizes emocionais em ambos. A química de Gemma e Richard é presente em todas as cenas, da para notar que eles se divertiram bastante durante as filmagens. O fato deles serem amigos de longa data ajudou bastante nisso e na cena de sexo que tem no filme. Sim, tem uma cena de sexo, apesar de ser rápida e não explícita, já que estamos falando de uma produção da Disney. 

Além deles dois, temos outros personagens que merecem atenção, e eu vou começar falando sobre os meus favoritos. Thena (Angelina Jolie), Druig (Barry Keoghan), Makkari (Lauren Ridloff) e Phastos (Brian Tyree Henry) são simplesmente perfeitos e roubam a cena todas as vezes que aparecem. 

Thena - Foto: Disney/Marvel Studios

Angelina no papel de Thena é um espetáculo a ser apreciado. A personagem basicamente dança ballet enquanto está lutando, tão fluído e preciso são seus movimentos. Ela também possui uma história densa e triste. O Druig de Barry tinha tudo para ser um personagem que ninguém iria gostar, porém o senso de humor do ator deu uma grande personalidade ao personagem e você concorda com ele em todos os momentos. 

O que falar sobre a Makkari da Lauren? Simplesmente perfeita. Ela é a maior velocista que temos. Seus efeitos são lindos, sua personalidade é maravilhosa e sua energia enorme. Phastos é um personagem que eu fiquei muito feliz em vez retratado em tela, pois estava preocupado com como um herói gay seria tratado e Brian entregou algo lindo de se ver. O amor que o personagem tem por seu esposo e seu filho, toda a relação delas é de encher o coração de alegria e os olhos de lágrimas. Phastos não só é um grande inventor, como também é um grande guerreiro e lutador.

Makkari e Druig - Foto: Disney/Marvel Studios

Não me esqueci de Sprite (Lia McHugh), Kingo (Kumali Nanjiani), Gilgamesh (Don Lee) e Ajak (Salma Hayek). Cada um desses personagens tem seus momentos fortes e suas atuações são tão boas quanto a dos outros. 

A Sprite de Lia consegue ser sarcástica e raivosa na medida certa e em vários momentos eu me vi representado nela. Kingo é literalmente o alívio cômico do filme, feito de uma forma bastante natural e nos momentos certos, e o senso de humor de Kumali ajudou bastante o personagem. 

Foto: Disney/Marvel Studios

Don entrega um Gilgamesh magnífico, que se importa com sua família e está disposto a fazer o que é preciso para que eles fiquem bem. A Ajak da Salma é uma mãe, uma amiga e uma líder. Ela é a responsável por cuidar de todos e por guiá-los. Dá para ver o amor e a dedicação que a atriz colocou em sua interpretação. 

O ponto forte do filme é que esses personagens que estão vivos a milénios erram. Eles erram como qualquer ser humano erra e isso faz parte do processo de aprender e de se desenvolver, isso é o que atrai o espectador. Se você tem um personagem unilateral, ele acaba não despertando interesse, muito pelo contrário, apenas afasta. 

Não falei muito sobre os deviantes pois poderia dar spoiler, porém digo que os inimigos dos eternos estão representados de uma forma bastante interessante e trazem alguns levantamentos que vão dar o que falar. 

Um celestial - Foto: Disney/Marvel Studios

Antes de finalizar preciso falar sobre eles, os Celestiais. Ver a grandiosidade desses seres em uma tela é de fazer o fã da parte cósmica da Marvel pular da cadeira. Eles possuem uma presença assustadora e intimidadora, mas maravilhosa ao mesmo tempo. Também não posso falar muito sobre eles pois seria spoiler. 

Eu finalizo esse texto dizendo que ETERNOS é a melhor mistura das fases de Jack Kirby e de Neil Gaiman dos quadrinhos. É uma homenagem a seu criador e uma nova aposta para o futuro da Marvel nos cinemas, que promete ser muito surpreendente. Uma dica: prestem atenção em todas as falas e cenas deste filme, pois elas dão pistas do que o futuro trará e não se esqueçam de conferir as duas cenas pós-crédito, pois elas valem muito a pena.

0 comentários:

Postar um comentário

My Instagram