Medo Profundo - O Segundo Ataque consegue construir tensão em um pesadelo sem fim


Filmes de ataque de tubarão são praticamente um gênero em si. Já são tantos e são constantes as novas produções, mas há, sem dúvidas, um público que sabe o que esperar de cada uma delas. Mesmo diante desse oceano de produções, há certos padrões de qualidade que podem ser alcançados, assim como maneiras de deixar as tramas mais interessantes para que o espectador não sinta que está diante de apenas mais um festival de jumpscares.

Em Medo Profundo - O Segundo Ataque, existem alguns bons momentos que misturam 3 importantes medos. O primeiro, estar no meio do desconhecido, basicamente na escuridão total, sem saber o que espera os personagens. O que leva diretamente ao segundo medo, a impotência e insegurança por ter um tubarão que pode acabar com sua vida em instantes. O terceiro e final ponto é o fato das protagonistas se verem em espaços apertados por grande parte do tempo, criando um ambiente claustrofóbico e contribuindo em muito para construir tensão.

A escuridão e o cenário claustrofóbico das ruínas são bem utilizados - Foto: Reprodução Internet.

No longa, Mia (Sophie Nélisse) é uma estudante com problemas para se enturmar na sua nova escola, enquanto seu pai (John Corbett) explora ruínas maia subaquáticas recém descobertas. Quando sua meia-irmã Sasha (Corinne Foxx), é convidada pelas amigas Alexa (Brianne Tju) e Nicole (Sistine Rose Stallone) para passar o dia em um local secreto ao invés de ir em um passeio de barco, Mia resolve ir junto até descobrir que o local é na verdade uma das entradas para as ruínas submersas.

Obviamente, as jovens decidem explorar as ruínas e um acidente causa um colapso que as aprisiona em um labirinto protegido por tubarões que lá vivem. Toda a trama se sustenta no grupo tentando escapar desse pesadelo, mas por acontecimentos extremamente sádicos e oportunos, o grupo vai diminuindo até o ponto que parece não haver esperanças de ninguém sobreviver.

Para um filme de ataques de tubarão, isso funciona até bem e não são tantos os jumpscares. Ainda assim, a trama é bem previsível e por estarem no escuro em boa parte da história, não se vê muito das mortes, mas sim do sangue de de toda a poeira das ruínas.

Os tubarões são implacáveis e tão determinados que parecem ter vindo direto de O Exterminador do Futoro - Foto: Reprodução Internet.

Há sim, como já disse anteriormente, bons momentos de tensão, havendo uma mescla bem pensada entre todos os elementos que cercam o grupo. O problema é que em meio a tanta coisa acontecendo, não se sabe exatamente quem é quem em certos pontos e a previsibilidade enfraquece a trama.

Mia, que deveria ser o ponto central da narrativa, acaba ficando de lado e a personagem até tem certo desenvolvimento, mas sua falta de carisma não ajuda a sustentar a trama. Sasha e Alexa acabam sendo mais interessantes que a protagonista principal, mas não ganham tanto destaque, o que é um mal da produção, não saber usar bem os seus atores e ao final contar com atuações fracas.

Medo Profundo - O Segundo Ataque tem seus pontos fortes e é um filme do gênero que pode ser aproveitado em alguns momentos, mas não tem elementos memoráveis e nada que justifique ser visto novamente.

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