Shazam! leva magia às telonas com mais um acerto da DC nos cinemas


Seguindo o inquestionável sucesso de Aquaman, tanto nas bilheterias, quanto na aprovação pelo público, a DC/Warner aposta agora em Shazam!. Apelando para um público mais jovem e com uma caracterização mais leve sobre os personagens e enredo, o filme, já bem aclamado pela crítica, chega ao público para testar a nova fórmula do universo cinematográfico da DC em mais um dos seus recentes projetos.

Já mencionei em outras críticas e até em vídeos do canal que a DC vinha tratando o seu universo nos cinemas com um tom bem monocromático, que em outras palavras quer dizer que vinham fazendo de seus heróis cópias uns dos outros, sem as grandes características únicas de cada um que fazem deles o que são.

A partir do movimento que começou em Mulher-Maravilha e ficou bem mais evidente em Aquaman, passamos a ver histórias mais únicas e mais verdadeiras aos personagens e é exatamente essa a sensação que Shazam! transpõe. Por mais que seja carregado de referências e homenagens aos filmes já estabelecidos desse universo,  Shazam! se sustenta bem como um filme solo e sem dúvidas há uma menor presença do estúdio sobre o resultado final do projeto.

Dr. Sivana cria uma ligação com os Sete Pecados Capitais e Billy Batson é o único personagem que pode impedi-lo - Foto: Reprodução Internet

Além disso, um problema não apenas da DC, como da maioria dos filmes de super-heróis atuais, é como se dá a construção dos vilões e como eles são integrados OU NÃO à história. Em Shazam! esse processo é executado desde seu início, com o prólogo do longa revelando o momento mais marcante da infância do vilão Dr. Silvana (Mark Strong), criando sua ligação ao Mago (Djimon Hounsou) e aos Sete Pecados Capitais. Isso é importante para conhecermos suas motivações e o seu papel na trama, pois ainda que sua relação com Billy (Asher Angel/Zachary Levi) seja puramente circunstancial, sua presença é completamente justificada e toda a história flui melhor.

Passado esse momento inicial, somos apresentados ao jovem Billy Batson, que viveu pela maior parte da sua vida mudando de lar adotivo para lar adotivo até que finalmente é levado a uma disforme família de crianças na mesma situação que ele. O filme rapidamente cria laços entre as crianças e se utiliza deles para momentos chave da trama, o que não seria possível sem um bom elenco infantil, assim como se tem visto em produções como Stranger Things e IT: A Coisa.

Billy e sua mais nova família precisam trabalhar juntos e superar as diferenças - Foto: Reprodução Internet

Mas o longa não se sustenta apenas nesse aspecto. Toda a concepção do herói e os elementos de uma história de origem também estão lá quando Billy entra no metrô apenas para encontrar um velho louco que quer que o jovem toque no seu cajado. Ou era foi isso que Billy pensava antes de herdar poderes dignos de deuses e se transformar na sua forma adulta ideal ao pronunciar a palavra ''SHAZAM''.

Mesmo em corpo de adulto, permanece a sensação de que quem está ali é uma criança. E ninguém menos que Zachary Levi merece os créditos por isso. O papel parece ter sido escrito para o ator, que interpreta perfeitamente um adolescente que acabou de descobrir que tem poderes inimagináveis. Zachary está extremamente confortável no papel e a sua descontração e carisma combinam perfeitamente com o tom do filme que, ainda que trate de alguns temas sérios e possua cenas violentas, mantém uma tonalidade leve e divertida.

Billy e Freddy se divertem a medida que descobrem os superpoderes juntos - Foto: Reprodução Internet

Não apenas isso, a interação entre o adulto Billy e seu mais novo irmão Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer) é bastante natural e fica evidente a química entre os atores. E o resultado seria completamente diferente se esse não fosse o caso, pois é a amizade entre os dois que une a história.

Em questão de efeitos especiais e execução em geral, particularmente nada me chamou a atenção negativamente, enquanto o CGI está perfeito e a transformação de Billy para Shazam fica muito bem em tela. Até mesmo os Sete Pecados Capitais, ainda que sejam apenas um auxílio do vilão, também estão bem retratados e seus visuais assustadores servem para afetar o tom do filme e deixá-lo dinâmico.

Como uma adaptação dos quadrinhos, Shazam! também funciona muito bem, pois mesmo que não se utilize de muitos dos elementos do herói nas suas longas décadas nas HQs, o longa bebe bastante da sua versão dos Novos 52. Sim, há elementos faltando e o Dr. Silvana tem alterações da sua versão original, mas senti que as modificações feitas foram válidas.

Resta agora ver o que será feito do herói em adaptações futuras tanto se relacionando com outros heróis, quanto ao aprender mais sobre magia, uma vez que Billy apenas tocou a superfície dos seus poderes, assim como a maneira que o Adão Negro (A ser interpretado por Dwayne Johnson - The Rock) será introduzido para uma continuação que muito provavelmente será produzida.

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