Robin Hood: A Origem reinventa o conto clássico sob uma ótica voltada para a ação e o entretenimento


Com o anúncio de mais um filme contando a história do famoso ladrão Robin Hood, é de se imaginar que mais uma vez uma narrativa carregada em elementos históricos, com longos diálogos e cenas de ação pontuais suficientes para não caracterizar a produção como um Drama estivessem presentes. Já é costume tratar antigos contos e fantasias como meras reproduções históricas, o que acaba ficando repetitivo.

No caso de Robin Hood: A Origem, a trama carregada de ação e elementos de filmes de assalto a banco segue o lorde inglês Robin de Loxley (Taron Egerton), que logo após encontrar o amor de sua vida é convocado a ir às Cruzadas à serviço do Rei inglês. Sobrevivendo 4 longos anos de guerra, Robin retorna à sua terra natal, apenas para descobrir que teve tudo tomado de si pelo Xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn).

O que Robin não esperava é que no mesmo barco que o trouxe para casa, vem o seu antigo adversário de guerra, o mouro John (Jamie Foxx). A partir daí surge uma trama que coloca Robin em uma jornada em busca de vingança e justiça ao povo de Nottingham.

A relação entre Robin (Taron Egerton) e John (Jamie Foxx) é essencial na trama, assim como o papel paterno que John representa em diversas formas - Foto por: Attila Szvacsek.

A primeira coisa para se deixar bem clara é que esse filme não tem qualquer fidelidade histórica, então, para os amantes do gênero, esse pode ser um grande alerta. É discrepante a divergência histórica em diversos aspectos como roupas, costumes, aparência física e outros, mas a própria abertura da narrativa faz questão de dizer que esse conto não se passa em um ano ou momento específico.

Fica bastante evidente que foi uma escolha do roteiro e da direção deixar os pormenores de fora e focar mais na ação e no entretenimento. São inúmeras as cenas em câmera lenta que enaltecem os momentos mais calorosos das batalhas, assim como toda a trama tem um ritmo acelerado que mantém a história progredindo.

Sim, o longa tem uma série de defeitos e reutiliza muitos elementos de outras grandes produções, mas ainda assim consegue trazer uma releitura única para a batida história do ladrão que rouba dos ricos para dar aos pobres. Mais importante ainda, consegue dar uma ótica jovial, como uma verdadeira fantasia onde Robin é o seu herói, que certamente atrai as massas que buscam diversão, mais do que fidelidade histórica.

O diretor Otto Bathurst cria cenas agitadas e dá uma vivacidade ao filme, que lembra muito mais um jogo de Assassin's Creed do que o próprio filme dedicado à franquia.

O tempo que Robin passa nas Cruzadas ajuda a construir as habilidades e a determinação necessárias para que ele se torne a conhecida lenda - Foto por: Attila Szvacsek.

Talvez um dos mais importantes pontos é que a trama não se contém a apenas recontar como Robin rouba dos ricos para dar aos pobres. Com elementos de O Conde de Monte Cristo, vemos muito mais uma jornada de redescobrimento do protagonista, que tem como seu principal foco derrubar o Xerife de Nottingham e trazer justiça à população que está esgotada após anos financiando cruzadas.

Além disso, os atores estão todos muito bem em seus papeís que sim, são bastante superficiais e até combinam com os inúmeros clichês, mas isso não tira o mérito de que Robin Hood: A Origem é divertido e, como muitos filmes dos anos 90, está mais dirigido para entreter do que impressionar.

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