Bruxa de Blair desafia a sanidade do espectador com o retorno do horripilante found footage


Depois de 17 anos, a Bruxa de Blair, está de volta aos cinemas e trazendo a mesma sensação horripilante do primeiro filme.

Não é mistério para os amantes de filmes de terror que A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project) revolucionou o cinema de terror com seu estilo de filme found footage. A técnica que simula um falso documentário e é visto em primeira pessoa, tornou-se bastante popular e é utilizado por outras franquias, como a exemplo de Atividade Paranormal e diversos filmes independente. Porém, a grande questão é que nenhum deles conseguiu de fato retratar a agoniar e o terror presentes no filme de 1999.

Toda a surpresa e burburinho em torno de Bruxa de Blair, começou na San Diego Comic-Con deste ano com um anúncio de um filme que até então ninguém tinha ouvido falar, até que a Lionsgate revelou que na verdade se tratava da continuação direta de seu clássico de terror. O filme pegou todos desprevenidos, pois ninguém até então, sabia que de fato o projeto estava em andamento, e como sempre, o marketing do filme conseguiu o que queria: impactar de uma forma bastante positiva as pessoas.

Antes de começar a falar do filme, devo lembrar algo. Esqueçam completamente o segundo filme, Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras, pois, apesar dele ser uma “continuação” do primeiro, ele não é importante para o entendimento desta nova estréia.

A história do novo filme se passa vinte anos após os acontecimentos do primeiro e do sumiço de Heather Donahue. Nele temos James (James Allen McCune), o irmão de Heather, que após ver um vídeo no YouTube resolve que está na hora de tentar encontrar sua irmã desaparecida, que ele acredita ainda estar viva.

Pensando nisso, ele e mais três amigos, Peter, Lisa e Ashley, resolvem explorar a floresta em que Heather desapareceu afim de encontrar pistas de sua irmã. Ele se juntam ao casal Lane e Talia, que foram os responsáveis por encontrar a suposta fita de Heather e postarem seu conteúdo na internet.

Assim como o primeiro, a floresta esconde diversos segredos e uma aura maligna. O grupo de jovens estudantes entra no mesmo jogo de perseguição, delírio e histeria que ocorreu ali há vinte anos atrás.

Podemos analisar o primeiro filme e essa nova sequência da seguinte forma: enquanto o primeiro filme mostra a angústia de se estar perdido na floresta e como isso pode afetar seu julgamento e seus sentidos, o novo é basicamente focado na tensão da perseguição na floresta e como isso também pode afetar seus sentidos e seu julgamento.

Depois de um tempo dentro daquele espaço, sua mente começa a pregar peças, e não se tem noção se o que está ocorrendo é de fato real, ou se tudo é culpa de uma histeria coletiva ou alucinação. Ou também, se no final de tudo, a história da bruxa é realmente verdadeira e os personagens de fato acabaram caindo no jogo dela.

Como eu mencionei no começo, Bruxa de Blair consegue trazer de volta algo que estava faltando no cinema no quesito de filmes em found footage. Como a filmagem é em primeira pessoa, o telespectador fica agoniando sobre o que os personagens estão vendo ou não, e muitas vezes acabamos nos questionando se aquelas cenas são de fato reais ou se ele está apenas delirando e enxergando algo que não está ali.

Algumas pessoas ficaram incomodadas em alguns momentos do filme, ou ocorrem vários cortes de cenas, justamente por serem imagens “amadoras” e isso acabará causando desconforto em alguns, inclusive se as pessoas não estiverem acostumadas ao estilo found footage de filmagens.

Outro problema, e que eu não sei dizer que é diretamente culpa do filme ou técnico, é que no começo em algumas cenas o volume está muito alto, e isto causa um desconformo no telespectador. Possivelmente este é um elemento do filme e em especial apenas nesta cena, talvez um recurso para instigar o público logo no início da história. Porém, no decorrer do longa esse fator é normalizado.

Os atores são até certo ponto carismáticos, apesar de a história de cada um não ser aprofundada. Mas, para este determinado tipo de filme, não chega a ser necessário. Diferente do primeiro, em que os atores eram os próprios personagens, neste novo filme, isso ocorre apenas com James, que o ator e o personagem possuem o mesmo nome.

Um ponto super positivo do filme é a fotografia. Por se passar em uma floresta e ser ao estilo “documentário amador”, a fotografia do filme não deixou a desejar em momento algum, e é ela que torna ainda mais angustiante a experiência visual, isso somado a trilha sonora praticamente “natural” que o filme tem. Os sons da floresta podem ser bastante perturbadores e sinistros. 

No final, Bruxa de Blair é o retorno que o cinema found footage precisava depois de todos esses anos, e nada mais justo do que retornar com o filme que reinventou esse gênero dentro do cinema moderno.

Os sustos valem muito a pena assim como no primeiro. E os telespectadores vão pensar duas vezes antes de passar uma noite sequer dentro de uma floresta. Quem sabe o que pode estar esperando dentro da mata fechada?!

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