Star Wars recomeça para uma nova geração com "O Despertar da Força"


O lado negro e o lado da luz da força voltam a duelar no grandioso retorno de Star Wars para os cinemas, agora com o objetivo de expansão do universo e uma nova trilogia, personagens e histórias.

Atenção, contém spoilers!

Depois de tanto tempo parada e sem perspectiva de retorno, a franquia de Star Wars merecia ser relembrada trazendo sua atmosfera e continuidade da história que segue os eventos de O Retorno de Jedi, agradando legiões de antigos fãs com as inúmeras homenagens prestadas ao longo do filme, e tendo a possibilidade de se mostrar para uma nova geração. Com O Despertar da Força, um novo mundo de fãs poderá entender a sensação de mergulhar no universo de George Lucas em um dos maiores ícones da cultura pop mundial.

Rey, BB8 e Finn fogem da Primeira Ordem - Foto: Reprodução internet

30 anos após os acontecimentos de O Retorno de Jedi, somos apresentados a três novos personagens, Poe Dameron, piloto da Resistência; Rey uma catadora de lixo do planeta de Jakku e Finn ou FN-2187, um stormtrooper rebelde. A história segue a jornada para encontrar o último Jedi, Luke Skywalker, que desapareceu após mais um desastre envolvendo os Jedi no seu passado. O piloto Poe Dameron, possui um fragmento do único mapa capaz de levar a Resistência à Luke e juntamente com BB-8, o novo droide mascote da franquia, precisam entregá-lo à Resistência para que continuem a busca por Skywalker. Mas a missão nunca é tão simples, e enquanto Poe prepara-se para a entrega, Jakku é atacada pelo vilão Kylo Ren e os stormtroopers da Primeira Ordem, que também estão em busca do mapa. O ataque introduz o stormtrooper FN-2187, que se vê em meio a um conflito interno sobre sua posição nos planos da Primeira Ordem e vê a possibilidade de mudar de lado quando Poe é capturado e torturado.

Poe é o novo piloto da franquia e tem importante papel no desfecho do longa - Foto: Reprodução internet

De volta a Jakku, para buscar BB-8 que havia ficado para trás, a nave em que FN-2187 e Poe fugiam é atingida e o recém batizado Finn, cruza seu caminho com a personagem Rey, que já estava em companhia do pequeno droide. Para escapar de Jakku e das forças de Kylo Ren, Rey e Finn se deparam com a Millenium Falcon, o que os acaba levando aos seus donos originais, Han Solo e Chewbacca. A partir dai, os antigos e novos personagens da franquia se unem para salvar novamente a galáxia na busca por Luke.

Durante toda a trama, e possível perceber que o filme é claramente uma homenagem a trilogia clássica, com elementos e sacadas da história pontuados dos filmes anteriores. Sem dúvidas, assistir O Despertar da Força é uma jornada de volta para o passado, revivendo memórias e revendo personagens queridos em uma nova era de Star Wars e ainda com destaque.

Chewbacca e Han Solo retornam na nova aventura - Foto: Reprodução internet

Mas o filme não foi apenas referencias, também contou com algumas surpresas e momentos de glória para os novos protagonistas, que têm o importante papel de carregar o legado da franquia como o novo trio intergalático. Star Wars: O Despertar da Força, conseguiu fazer um forte retorno da franquia, fazendo com que os fãs se sentissem assistindo um filme de Star Wars, com efeitos especiais avançados, boa trilha sonora, sincronizada com os momentos marcantes do longa, as locações e fotografia são muito bem pensadas e muito familiares aos fãs e a mitologia da série. Sem contar com o roteiro coerente bem dirigido por J.J. Abrans, que trouxe o feeling de Star Wars de volta para as grandes telas em todo mundo.

Em O Despertar da Força, presenciamos o verdadeiro despertar da personagem Rey, que saiu de uma simples catadora de peças do deserto para uma digna guerreira Jedi. A Força, tratada quase como mito pelo resto da galáxia, não foi superestimada por Rey, que não teve dúvidas ao descobrir sobre essa poderosa energia, dominando com muita rapidez e facilidade alguns dos ensinamentos básicos. A intimidade da personagem com a Força é grandiosa, é perceptível que Rey assimila o funcionamento e utilidade da Força, melhor do que já foi visto com vários personagens como, por exemplo, Luke no seu primeiro contato com essa vocação.

Quem é Kylo Ren e quais são as suas motivações? - Foto: Reprodução internet

Ao lado de Rey, está o ex stormtrooper e agora rebelde, Finn, que chegou para quebrar esteriótipos na franquia. O personagem sofre uma jornada desde um primeiro momento de grande confusão interna e covardia, até se envolver diretamente no conflito, após ser cativado pela energia de Rey. Finn foi capaz de carregar a vontade da resistência no lugar de Poe, quando este não pode, e se mostrou essencial para contra-atacar os planos da Primeira Ordem no longa.

Ainda do lado dos mocinhos, Han Solo foi o principal elo entre o passado e o presente, levando os dois novos protagonistas até a Aliança Rebelde e ajudando na conclusão da missão. Sua participação, ao contrário do que se especulava, não foi mera aparição para efeitos nostálgicos e figurou como importante sustentáculo para o desenrolar da trama. O retorno de Harrison Ford ao papel também contribuiu muito para envolver os fãs e trouxe grande carga sentimental, assim como a reprise de Carrie Fisher no papel de Leia, que, por sua vez, não teve tanto destaque quanto Solo.

A representação do antagonismo no Episódio VII veio, principalmente, na forma de Kylo Ren. O vilão com um passado sombrio e misterioso chega ao lado da Primeira Ordem, a organização que surgiu das cinzas do antigo Império, já nascida em meio aos ideais dos Sith, para acabar de uma vez por todas com a Resistência. Existem inúmeras similaridades entre o personagem e o estado de Anakin Skywalker na Vingança dos Sith, há um evidente descontrole emocional na sua conduta, assim como uma propensão à recorrer pela busca do poder acima de outros possíveis caminhos. Apesar do destaque dado a Kylo, muito sobre o personagem ainda permanece sem explicação ao final do filme, demonstrando uma profundidade essencial a ser explorada na sequência da trilogia.

A sinistra Primeira Ordem - Foto: Reprodução internet

Mesmo diante de personagens e histórias fortes, o pequeno droide BB-8 acaba roubando a cena na telona. Uma versão modernizada e reimaginada do fenômeno em que o clássico R2-D2 se tornou, BB-8 traz humor e leveza em meio há inúmeros momentos de tensão e aventura que tomam a narrativa. Seus pequenos toques dados trazem diversão para o público e não deixam de cativar qualquer um que esteja preso no desenrolar da história.

No geral, a história como um todo funciona muito bem dentro do já construído universo de Star Wars, mas definitivamente houve um receio por parte da direção e roteiro na produção do longa. Por mais que o filme conte com excelentes momentos, não há grande inovação na sua execução. No passado, cada filme da franquia foi capaz de trazer elementos únicos e definitivos que os caracterizaram como trabalhos específicos dentro de um todo, mas O Despertar da Força falhou em fazer o mesmo, contendo muito das fórmulas de seus predecessores, sem ter uma forte identidade individual definida. Há, inclusive,uma série de elementos já utilizados em Uma Nova Esperança, seja para questões de referência ou apenas para se assegurar que os fãs se sentissem próximos da história.

É hora de recomeçar e contar novas histórias - Foto: Reprodução internet

Isso, no entanto, não é necessariamente algo ruim. É obvio que um fã de cinema sempre irá se deparar com um novo filme esperando novas experiências, mas, ao optar por seguir um caminho mais seguro, a produção do longa foi capaz de reviver uma das maiores sagas de todos os tempos, respeitando os elementos da história, assim como os fãs. O viés nostálgico definitivamente não é algo que obstrui o aproveitamento sobre a trama, mas sim um poderoso artifício para trazer para o presente antigos fãs. E O Despertar da Força não se sustenta apenas sobre esse aspecto, a reestruturação e apresentação dada ao filme também são capazes de atrair toda uma nova gama de fãs, sem desrespeitar todo o universo já construído.

Muitas lacunas não foram preenchidas (propositalmente), para prender o público e fazer com que vá mais uma vez ao cinema. Algumas questões podem ser levantadas no final do filme: Como será a participação de Luke nessa nova história? Qual a importância da Capitã Phasma? e talvez a mais intrigante de todas, quais os novos desdobramentos da Força? Essas e outras perguntas com certeza serão respondidas nos próximos filmes que se estendem até 2019.

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