Review | Legends of Tomorrow: "Pilot, Part 2" (S01E02)


A segunda parte do piloto de Legends of Tomorrow chega para concluir a estreia da nova série da DC com a nova equipe ainda no ano de 1975 em sua busca para acabar, de uma vez por todas, com Vandal Savage e seus planos de dominação global.

Atenção, a Review à seguir contém Spoilers!!!

"Pilot, Part 2" segue diretamente os eventos do episódio anterior, dessa vez com o grupo de heróis seguindo para um ataque frontal a Savage. Diferente de seu predecessor, o episódio foi capaz de trabalhar melhor as características da recém formada equipe, explorando suas personalidades individuais e se aprofundando no tema viagem temporal e suas consequências.

Por mais que tenha se mantido em 1975, a trama da semana teve seu foco voltado para as consequências que as ações do grupo podem causar a linha temporal, desde pequenos erros a decisões mal pensadas. Mesmo não explorando outros períodos da história, tal foco foi extremamente eficiente, pois, como Rip Hunter já disse, o Tempo será um dos maiores inimigos dos heróis e será preciso muita cautela em suas viagens para não criar problemas ainda maiores para o futuro, assim como vimos no episódio.

Em meio a esse ponto, o capítulo pôde ir mais a fundo nas dinâmicas entre os personagens. Já é possível perceber que Legends of Tomorrow tomará rumos semelhantes aos de Flash e Arrow, dando destaque às relações entre personagens e trabalhando intimamente com seus dramas e angústias. Enquanto a primeira parte se encarregou de introduzir cada um dos membros, a segunda deu conta de encaixá-los aos moldes da história, o que é mais uma razão pela qual acredito que as duas partes foram planejadas para serem exibidas em conjunto, mas acabaram sendo divididas e enfraquecendo a potência do piloto.

Ainda assim, grandes momentos surgiram da trama da semana, mostrando como os defeitos do grupo serão enfatizados, com toques de comédia, para desenvolver a história. Nesse aspecto, Leonard Snart e Mick Rory tiveram relevantes participações com o uso dos seus principais defeitos, o fato de serem vilões, para a hora perfeita. Wentworth Miller novamente se destacou ao incorporar o Capitão Frio e encabeçar o grupo de modo determinado na entrada ao armazém, assim como ganhou um excelente momento com Ray Palmer ao infiltrar mansão. Definitivamente um dos personagens mais interessantes, Snart vem mostrando cada vez mais que tem uma profundidade a ser explorada, indo muito além da fina máscara de vilão que vem usando para satisfazer suas vontades.

Canário Branco, Onda Térmica, Capitão Frio e Professor Stein se deparam com Savage em 1975 - Foto Reprodução Episódio

Enquanto Rip Hunter, que teve o principal destaque na primeira parte, foi deixado de lado para dar maior atenção aos membros recrutados, o episódio também teve grande parcela de seu tempo dedicada ao Professor Stein em sua jornada para encontrar seu eu mais jovem e corrigir as alterações temporais causadas pela equipe. Nesse meio tempo, Stein teve, ainda, que salvar seu casamento e lidar com problemas pessoais de comportamento, o que acabou gerando cenas bastante divertidas ao longo do episódio (principalmente com o jovem Martin dando em cima de Sara, enquanto Stein se deparava desesperado com seus anos de juventude).

Isso criou uma chance de corrigir um dos erros do capítulo anterior, puxando Jefferson de volta para a trama e ainda melhorando o vínculo do jovem com o resto da equipe. Enquanto ainda acredito que o personagem apresentará resistências futuras, é bom ver que o Nuclear vem ganhando sua merecida atenção, diferente de Flash, onde o herói parecia ser mero figurante sem maiores implicações na história.

As principais consequências do episódio recaíram sobre o Gavião Negro e a Mulher Gavião. Carter finalmente conseguiu alcançar Kendra, fazendo-a lembrar de seu romance, mas não a tempo suficiente para que ela pudesse declarar seu amor a ele, que pereceu nas mãos de Vandal Savage.

Confesso que fiquei bastante surpreso com a morte de Carter, não esperava baixas de personagens chave tão cedo na história, mas apoio a coragem dos escritores em fazê-lo. A perda do Gavião Negro criou uma verdadeira tragédia para Kendra, o que talvez sirva como um combustível para motivá-la a acabar com Savage de uma vez por todas, já que ela é a única que pode completar a tarefa. Ao mesmo tempo, a morte de Carter serviu como um verdadeiro ponto de união para a equipe, que agora tem algo em comum para lutar contra Savage (apesar de ainda acreditar que poderemos ver outra versão do Gavião mais a frente na história).

Carter ajuda Kendra a lembrar do seu passado - Foto Reprodução Episódio

As cenas de luta, por sua vez, já tem se tornado outro ponto de destaque para a série, contando com momentos incríveis de golpes combinados, disparos diversos e, ainda por cima, com cenas em slow motion que mostram os diferentes, mas complementares, estilos de luta dos personagens. E não há como negar, a qualidade dessas cenas deram um caráter cinemático às duas partes do piloto, dando um começo muito promissor para esse novo projeto de super-heróis.

Por fim, um problema que ainda assola a série é a presença de Savage. Por sua história, o personagem definitivamente tem muito a acrescentar, tendo todo o potencial para ser um dos melhores vilões possíveis para a trama mas ainda há algo no imortal vilão que não o encaixa devidamente com a série. Sinto que todas as ferramentas estão lá, mas os escritores ainda não estão sabendo como lidar com o vilão, que talvez precise de mais pano de fundo para desenvolver sua relação com os heróis e o seu carisma.

Conclusão:

Legends of Tomorrow completa seu piloto em alto tom. Mesmo que breve, a série já conseguiu pincelar as características de seus personagens, trabalhando bem com a dinâmica do grupo de desajustados heróis e abrindo o caminho para a trama se desenvolver ainda mais. Claro que, como todo novo projeto, a série ainda apresenta algumas falhas, mas nada que não possa ser corrigido com o tempo.


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