12 Horas para Sobreviver - O Ano da Eleição eleva os padrões da franquia com uma trama bem amarrada


No terceiro filme da franquia Purge (Uma Noite de Crime), o diretor James DeMonaco leva o espectador a uma sequência direta do mundo distópico onde os Estados Unidos vivem um período com os menores índices de criminalidade de sua história, tudo graças à política de permitir a prática de qualquer crime por 12 horas a cada ano, o chamado Expurgo.

Em 12 Horas para Sobreviver - O Ano da Eleição (The Purge: Election Year), a história segue a senadora Charlene Roan (Elizabeth Mitchell), que, em sua campanha para a presidência dos Estados Unidos, promete acabar de uma vez por todas com o Expurgo. Ao seu lado, Leo Barnes (Frank Grillo), o principal responsável por sua segurança, deve proteger a senadora dos poderosos criadores e apoiadores do sistema que planejam usar o Expurgo para eliminá-la.

A premissa da trama, já sedimentada nos dois filmes anteriores, mantém a sua proposta, utilizando-se da noite de crimes para mostrar a extensão da brutalidade e violência do ser humano. Por mais absurda que seja a ideia de se permitir a prática de qualquer crime durante um período de tempo limitado, todos os filmes fazem bem em relatar a imaturidade, falta de respeito e as reações exageradas que muitos apresentam hoje, seja por falta de educação civil ou familiar, seja pela própria falta de um sentimento de cidadania.

Ainda assim, fica claro que o diretor buscou, no desenvolver das obras, mostrar cada vez mais o lado solidário das pessoas, que a cada novo filme se tornava mais evidente e que, nesse último, foi um dos focos da narrativa. Dessa vez, o objetivo não era apenas sobreviver às longas 12 horas, mas sim fazer com que a única pessoa que pode mudar essa situação cumprisse o seu objetivo.

Dito isso, foi simples, mas eficiente, colocar a motivação da senadora e de Barnes sobre as perdas que ambos já tiveram devido à expurgos anteriores. Em um cenário onde há tanto mal e tantas pessoas fazendo as escolhas erradas, é bom ver os protagonistas com motivações sólidas e com menos chances de serem corrompidos.

Leo Barnes (Frank Grillo) e a senadora (Elizabeth Mitchell) lutam para sobreviver - Foto: Reprodução Internet

Para apoiá-los durante esse verdadeiro inferno, Joe Dixon (Mykelti Williamson) e Marcos (Joseph Julian Soria), dono e funcionário de um pequeno mercado, servem não só como suporte físico contra as ameaças da noite de crimes, como também fornecem um alívio cômico à trama tensa e carregada de ação. Por outro lado, Laney Rucker (Betty Gabriel), traz um aspecto mais sério ao grupo e fornece algumas excelentes cenas de ação com seu infame passado.

Utilizar a temática de eleição em um ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos foi definitivamente uma boa sacada, mas serviu principalmente para enriquecer a trama com um subplot interessante e a noção de que a sobrevivência dos protagonistas apresenta grandes repercussões, o que faz o espectador acompanhar a história com maior apreensão do que nos filmes anteriores.

O filme apresenta bem o que se propõe a fazer, trazendo bastante ação e violência sem retirar o ar de suspense característico da história. Ainda assim, não coloca a violência como a temática central, dando, por outro lado, um foco para os personagens e para história.

12 Horas para Sobreviver - O Ano da Eleição eleva os padrões da franquia, criando uma série de possibilidades para seu futuro nos cinemas ou na televisão. Ainda que não seja um filme para todos, traz bons momentos e consegue criar uma trama amarrada e interessante.

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