Mekakucity Actors | Review do Anime (Parte I)


Mekakucity Actors é uma adaptação da Light Novel Kagerou Days/Daze escrita por Jin, também conhecido como Shinzen no Teji-P, e ilustrada por Shidu, sendo posteriormente adaptada para um mangá, também escrito por Jin e ilustrado por Mahiro Satou.

A obra é baseada em uma série de músicas de Vocaloid chamada Kagerou Project e conta a história de um grupo de indivíduos com estranhas habilidades oculares que se autodenominam “Mekakushi Dan”.

Atenção, o Review à seguir é referente aos episódios 01 ao 08 e contém Spoilers
Eduardo Rocha Bélico

O primeiro episódio segue Shintarou Kisaragi, um tradicional Hikikomori (termo japonês para jovens que se isolam socialmente, evitando contato com outras pessoas) de 18 anos, que passa praticamente todo seu tempo em frente ao computador.

A rotina de Shintarou é quebrada quando Ene, uma forma viva de inteligência artificial com aparência e personalidade de uma adolescente que vive dentro do seu computador, faz com que ele derrame refrigerante em seu teclado e tenha que sair para comprar um novo. Para seu azar, a loja em que se encontra é tomada por terroristas que mantém todos os clientes, inclusive ele, como reféns. Nesse acontecido, Shintarou acaba se envolvendo com indivíduos singulares, que mais tarde o introduzem à organização “Mekakushi Dan”.

Incerteza e confusão podem ser as primeiras impressões para quem assiste ao episódio inicial de Makakucity Actors. O episódio traz uma mistura de cores e artes visuais que ao mesmo tempo em que impressionam, podem desviar o foco da trama que a princípio não está muito clara. Não há o que temer, contudo, pois essa é uma característica comum do diretor da animação, Akiyuki Shinbo (Monogatari), já conhecido por apresentar histórias que em um primeiro momento não fazem muito sentido, mas que são explicadas ao longo do tempo.

Passados os primeiros episódios é possível perceber o tom de mistério do enredo e a direção que está sendo tomada. Com o terceiro episódio surgem as explicações iniciais e devidas introduções dos personagens quando Momo Kisaragi, uma “idol” famosa e irmã mais nova de Shintarou, é abordada pela misteriosa figura de Tsubomi Kido. Kido vem a explicar que algumas pessoas desenvolvem uma habilidade peculiar através de seus olhos, demonstrando sua própria habilidade de passar despercebida diante de qualquer pessoa para Momo.

Ene, a garota cibernética, incomodando a vida pacata de Shintarou
Através de Kido, Momo conhece a organização “Mekakushi Dan”, formada por um grupo de pessoas, todas com diferentes habilidades despertadas através de seus olhos, que se encontraram e resolveram se unir. Possuindo a habilidade de ser percebida por todos no meio em que se encontra, Momo se junta ao grupo.

Nos episódios seguintes são apresentadas as interações entre os membros da “Mekakushi Dan” e como Shintarou chega a conhecer o grupo e são introduzidos outros indivíduos que também apresentam habilidades singulares. A história, então, passa a se aprofundar e fugir da confusão inicialmente apresentada, tornando-se cada vez mais consistente e coerente.

O tom de mistério e meu interesse pela história realmente se solidificaram através dos flashbacks dos episódios 6 e 7, quando é revelado um pouco do passado do grupo, assim como a identidade da primeira líder da organização, Ayano Tateyama, e seu suicídio sem qualquer motivo aparente. Nesses episódios também aprendemos mais sobre Ene e sua verdadeira identidade.

Uma questão que envolve todos os personagens principais e ainda resta ser explicada é a origem de seus poderes. Já ficou claro que há um ponto em comum em relação a todos eles, pois todas as habilidades despertaram logo após escaparem de uma misteriosa fenda que apareceu para cada um em momentos de experiência de quase-morte.

Um ponto interessante a se analisar na produção da série é como histórias aparentemente independentes vão se interligando a medida que a trama avança. Apesar de vários personagens serem introduzidos logo no início, a cada novo episódio essas histórias vão convergindo para um mesmo ponto e solucionando aos poucos os diversos mistérios. O interessante é que, apesar de possuírem diferentes personalidades, a interação de personagens funciona muito bem, até nos momentos de conflito entre Kido e Kano.

Kano e Kido em mais uma briga
No desenvolver da animação, também é possível verificar o cuidado com que a equipe toma na direção de arte, utilizando-se de escolhas peculiares de cores, como por exemplo, ao usar cores fortes e vibrantes sobre os personagens principais e tons mais simples ou neutros para os ambientes e personagens de fundo. Mekakucity Actors apresenta um traço bastante detalhado de desenho, o que funciona muito bem com a “brincadeira” na escolha das cores.

Não poderia deixar de falar das escolhas de músicas, sejam as de abertura e de encerramento, ou aquelas usadas ao longo dos episódios. Elas não só combinam muito bem com o ritmo da animação, como também são verdadeiras obras que não podem deixar de ser notadas.

Apesar de um começo duvidoso, Mekakucity Actors tem se mostrado mais forte a cada semana, apresentando uma trama cada vez mais interessante e repleta de toques de mistério. Definitivamente é um anime que vale a pena acompanhar até o final e recomendo para quem ainda não conferiu, dar uma chance.

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